Lisboa é, cada vez mais, a capital quando falamos de grandes eventos culturais e ao contrário de epifanias que acontecem em Coimbra, Lisboa continua a ter espetáculos para todos os gostos. Infelizmente para ver um espetáculo como o de Sigur Rós o país tem de se deslocar a Lisboa, mesmo que a última vez que o grupo islandês tenha tocado em portugal tenha sido em 2016 no Nos Primavera Sound no Porto.
Mas mesmo não passando pelo país mais a oeste da Europa o público português não se esqueceu da emoção que é ouvir um concerto e ver um espetáculo de sigur Rós.
Sigur Rós no Campo Pequeno
O Campo Pequeno, sala de espetáculos escolhida para este concertos de Sigur Rós não estava cheia, mas estava uma excelente casa de público que já não necessita de pedir a mesada para comprar um bilhete para vir ver um grupo de culto.
Não precisas de estar horas e horas nas filas para comprar um bilhete para Sigur Rós, mas se tens menos de 30 anos e conheces o grupo islandês então possivelmente ouvirás mais música do que o algoritmo do Spotify seleciona para ti.
O grupo islandês apresentou-se em palco com uma cortina de tubos que mesclado com as várias luminárias criou um bastante ambiente acolhedor.
Talvez pela idade ou pelo nicho de público em questão a média de telemóveis que filmaram o concerto ou partes dele foi bastante diminuto, levando a crer que não estavam ali só para mostrar no dia seguinte que ali estiveram, mas para estar a apreciar os temas dos Sigur Rós.
O tom melódico digno da mais profunda floresta alemã ou mesmo nórdica levou a que muitos não soltassem um único pio, abrindo muitas vezes os olhos só no fim dos temas, para aplaudir no intervalo das músicas.
Mesmo sem interação com o público português o vocalista/guitarrista Jónsi manteve o público bastante conectado com a música não existindo muitos pontos de dispersão.
Todo o espetáculo foi muito bem orquestrado, existindo um gosto bastante apurado entre o som, a luz e o video criando um ambiente único.
Lisboa rendida á melodia islandesa
Claramente não deveriam existir muitos islandeses pelo Campo Pequeno, mas mesmo sem entender as palavras do vocalista a atenção pouco se desviou da guitarra e do arco que na maior parte do tempo acompanhavam a voz melodica de Jónsi e Georg Holm que nesta tour foram novamente acompanhados pelo ex-membro Kjartan Sveinsson mas que em momentos mostravam a raiva ou fúria de um rock nórdico por oposição à suavidade da maioria dos temas de Sigur Rós.
Em alguns temas a bateria foi trocada pelo xilofone e a guitarra pelo piano, garantindo momentos num registo mais acústico, não deixando de encher a sala do mesmo poder dos restantes temas mas de uma forma bastante diferente.
Este seria o concerto perfeito não só para ser ouvido nesta sala lisboeta mas num anfiteatro natural, com a melancolia das folhas de Outono a cair no chão, sendo esta sonoridade uma boa banda sonora para os dias que vão escurecendo mais cedo numa ode a uma invernia islandesa.
Esperamos que esta seja a primeira de outras audições que possam surgir de um dos grupos mais conhecidos da história da música islandesa.
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Buzz no Youtube deste concerto
A foto é meramente ilustrativa uma vez que não foi permitida a captação de imagens do concerto dos Sigur Rós em Lisboa
