À chegada ao B.Leza a fila à porta já fazia antever um concerto com grande afluência, e foi o que se veio a verificar, a apresentação do novo álbum de Aline Frazão, encheu a sala entre amigos, familiares e muitos fãs que quiseram presenciar mais esta etapa na vida da cantora.
No interior somos recebidos com voz de Aline que, em disco, toca na sala convidando-nos a conhecer "Movimento". Espaçados entre as musicas vão passando em vídeo os episódios que nos levam numa viagem por entre este novo trabalho, desde ao seu processo criativo, à sua essência e à sua mensagem.
Enquanto isto o público acomoda-se, e a pouco e pouco a cadeiras vão sendo ocupadas, os lugares de pé também já escasseiam e alguns preferem sentarem-se no chão junto ao palco. Ouvem-se brindes e conversas cruzadas e comportam-se como se estivessem na sala de sua casa à espera de um convidado especial.
E eis que chega esse convidado, Aline Frazão. A cantora e os músicos que a acompanham sobem ao palco e brindam-nos com os novos temas como "As Paredes de Mayombe", "Cacimbo" ou "Crónicas de um (des)encontro".
Uma pequena pausa nas canções e Aline agradece a presença do avô, que apesar do adiantado da hora fez questão de estar presente, e ao longo do concerto muitos foram os agradecimentos da cantora, pelos apoios pessoais e institucionais necessários para a concretização deste trabalho que é um contributo para o reconhecimento não só de Aline, mas da música angolana.
Segue-se "Desassossego" um tema em parceria com Carlos Ferreira "Cassé" e no final da música, a banda retira-se ficando a cantora apenas acompanhada por Marco Pombinho, no piano, e ouvimos a simplicidade do "Poema em Sol Poente" cujas palavras ganham vida a cada sons que vai saindo das teclas do piano. Agora sozinha Aline interpreta "A Última Bossa" tema que encerra o disco e que inicialmente era para ser uma faixa escondida, mas que depois a cantora optou por deixar «destapada» para todos verem.
De novo acompanhada dos seus músicos, as canções continuavam e começávamos a aproximar-nos do fim, mas ainda houve tempo para "A Cidade Que Eu Habito", dedicada a Vaiss Dias que participou nas gravações do disco mas que não pode estar presente esta noite, e "Ronda" com letra da poetiza angolana Alda Lara.
Para encerrar, e com o Tejo como pano de fundo, estava reservado o single de apresentação do álbum "Tanto" e todos os presentes foram convidados a cantar. E assim terminou mais um episódio de "Movimento" ficamos a aguardar as senas dos próximos capítulos pois esta viagem apenas está a começar.
Data: 2013-05-22
Fotografia e Texto: Vânia Marecos
