"Bouquet de Rosas" foi a oferta de Matias Damásio ao público que recebeu o cantor angolano esta noite, no Centro Cultural de Belém, no regresso a Lisboa. E o romance estava no ar começando com "Declaração de amor", mas rapidamente passando para "Vim devolver", recebido com muitas palmas logo aos primeiros acordes do saxofone.
Carminho foi a primeira convidada da noite, com direito a duas salvas de palmas: uma pela sua beleza e outra pela sua voz. "Amanhã" e "Bom dia Amor" ganharam novas sonoridades que misturaram os sons do fado com o semba, tendo ainda direito a um passo de dança no palco, também na plateia as cadeiras do CCB começavam a ser restritivas para os muitos que queriam dançar.
Dois momentos especiais surgiram com "Nvula", do compositor angolano Filipe Mukenga, e "Meninos do Huambo", uma versão com um toque de rumba, do original de Paulo de Carvalho, que terminou com o público em coro a cantar o refrão.
Eis que surge mais um convidado, apelidado de cota, Paulo Gonzo encantou ao lado de Matias Damásio em "Jardins Proibidos", um tema que era para ser cantado a dois, mas acabou por ser cantado em trio com o público do CCB a juntar-se aos cantores.
A cumplicidade dos cantores era visível em palco, uma cumplicidade que está bem retratada em "A Outra", uma participação de Matias Damásio, no mais recente disco de duetos de Paulo Gonzo, e a que se juntam momentos de lazer como o desvio para comer umas iscas na Mealhada, na volta do concerto no Coliseu do Porto, chegaram tarde mas valeu a pena!
"Ainda Bem" marcou uma pausa nas sonoridades mais ritmadas e num momento acústico ouvimos Matias Damásio à guitarra acompanhado pelas Patrícias.
O último convidado, Tito Paris, surgiu a meio do caminho para a "Muxima" e juntos caminharam até ao público para cantar na primeira fila. A música não tem fronteiras é como o amor e "Dança Mi Criola" trouxe a união da lusofonia e fez levantar alguns espectadores que fizeram jus ao título da música e dançaram.
Quando surgem os agradecimentos aos patrocinadores apercebemo-nos que estávamos a chegar ao final, no entanto o espetáculo não poderia terminar sem antes ouvir "Kizomba Burro". Foi com o público todo de pé que Matias Damásio abandonou o palco do CCB, mas a verdadeira despedida só viria a acontecer depois de um encore que trouxe "Angola" e "Áfricas do Mundo", para finalizar com a repetição de "Vim devolver".
Fotografia: Pedro Figueiredo
Texto: Vânia Marecos
Texto: Vânia Marecos