Entre
a última presença de David Santos, com o projecto Noiserv, e o concerto de
ontem já se tinham passado mais de 5 anos, mas nem por isso o público estava
menos interessado. O projecto continua a crescer a olhos vistos e ontem o Teatro
Aveirense esteve bastante composto para receber o músico, a sua energia e o seu
à vontade em qualquer palco que pise.
A
sala estava maioritariamente composta por jovens, sendo que à hora marcada,
pelas 22 horas, as portas fecharam, as luzes baixaram e David entrou em palco
para alegria instantânea dos presentes. O palco foi pensado à imagem de David,
minimalista, com muito espaço livre à sua volta, para que a sua música tenha
espaço para crescer e uma grande tela mesmo atrás de si, que estava a ser pintada
digitalmente pela artista Diana Mascarenhas, dando bastante interactividade ao
espectáculo e complementando-o quase na perfeição.
David
é bastante falador e desta vez não foi diferente, apresentando todos os temas
com a explicação dos mesmos, permitindo assim que todos os presentes conheçam a
sua história e a história do próprio tema, compreendendo-o da melhor forma.
Percorreu um pouco de toda a sua discografia durante o espectáculo, navegando
entre os temas mais antigos, que já haviam sido apresentados em 2008 numa outra
sala de Aveiro, no Mercado Negro, passando logo de seguida para os temas do
novo trabalho, travando assim uma viagem muito interessante.
Conhecido
por muitos como o homem dos sete instrumentos, ao longo dos temas foi fazendo
uso dos mesmos, criando sonoridades únicas e que caracterizam quase
exclusivamente os seus espectáculos e os seus temas.
O
seu sentido de humor, bastante característico, esteve sempre presente,
arrancando várias gargalhadas e aplausos tímidos ao longo da actuação. O
concerto terminou com uma enorme salva de aplausos de todos os presentes,
culminando assim numa noite bastante interessante para os presentes e para o
artista, que reviveu alguns momentos especiais que a cidade já lhe tinha
transmitido.
Data: 2014-01-25
Fotografia: Ana Martelo
Texto: Arminda Esgueirão