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AIMEE MANN @ AULA MAGNA


Intimismo e cumplicidade são as duas palavras que melhor descrevem a noite de concerto de Aimee Mann na Aula Magna. Uma noite que começou da melhor forma com a atuação de Ted Leo, que com a sua guitarra e o seu charme, enaltecido com um português quase perfeito, ia oferecendo a sua música ao público que a pouco e pouco ia preenchendo os lugares na “sala aula”. Como bons alunos aplicados, que não querem chegar atrasados à aula da professora favorita, todos os que foram pontuais foram recompensados por Ted Leo e por uma surpresa que estava reservada para o final da primeira parte: a atuação de Both, banda composta por Ted e Aimee

A cumplicidade entre os músicos é notória e connosco partilharam muito mais do que música, partilharam histórias de um convívio que cresce nos concertos e fora deles. Uma T-Shirt foi o mote para uma conversa animada entre os dois com o publico a assistir e a sorrir por entre as conclusões que iam surgindo: afinal o facto de Aimee Mann usar uma T-shirt sua para o seu próprio concerto, onde ela própria está a fazer a primeira parte, de tão insólito já é quase “desculpável” acabou por afirmar Ted Leo.

Os alunos estavam a postos e era hora de dar inicio ao concerto com a simplicidade da voz de Aimee Mann, agora a solo, a embalar-nos a todos com “Going Through the Motions” a que se seguiu “Red Flag Diver”, “Soon Enough” e “Labrador “, temas do seu último trabalho de estúdio “Charmer”. 

As canções iam desfilando e o ambiente intimista ia-se adensando, sendo apenas interrompido pelos aplausos que surgiam no final de cada música ou em algumas pausas de conversa com o público, como em “Borrowing Time”, que teve direito a uma apresentação detalhada pela cantora, explicando que originalmente deveria ter sido uma música para integrar a banda sonora do filme Shrek, e que mesmo após um processo criativo de vai-vem entre Aimee e os produtores acabou por não ser usada por não se adequar a mensagem que queriam fazer passar e que foi recuperada por Aimee Mann, que a reescreveu dando-lhe o seu cunho habitual.

E eis que Ted Leo sobe novamente ao palco (agora com uma T-shirt a condizer) e juntos interpretam “Milwakee”, tema inspirado na personagem Fonzie da série Happy Days, e “No Sir”, ambos músicas da banda Both. O dueto termina com uma interpretação brilhante de uma versão de “Save me”, da banda sonora do filme Magnólia, a duas vozes, cantada pela primeira vez na cerimonia de entrega da Liberty Medal a Hillary Clinton.

Logo depois de “Save me” e de novo a solo, surge, sem tempo para recuperar, “Wise Up”, que já sendo só por si um tema brilhante, ainda tem mais simbolismos em Portugal por ter sido usado numa campanha publicitária que sensibilizava para a sinistralidade nas estradas. Já na reta final ouvimos “The Fall of the World's Own Optimist”, de "Bachelor nº 2" composto com Elvis Costelo e uma versão de “One” original de Harry Nilsson, mais um dos temas de Magnólia, e a plateia aplaude de pé.

No encore que não tardou em chegar, mas que foi o tempo suficiente para alguns mais apressados já terem abandonado a sala, ainda podemos recordar temas como “Red Vines” e “The Moth” que surgiram como discos pedidos pelo público e que suscitaram um sorriso e comentário de Aimee Mann sobre os gostos mais nostálgicos do público Português.



Data: 2013-11-08
Texto e Fotografia: Vânia Marecos

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