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MELODY GARDOT @ EDP COOLJAZZ 2015 [REPORTAGEM]

Melody Gardot em EDP CoolJazz 2015
Melody Gardot @ EDP CoolJazz 2015
Melody Gardot, a principal atração da noite, entrou da maneira que lhe é habitual - e por já se sentir um pouco como em casa, dadas as frequentes e assíduas visitas ao nosso país -, uma receção simpática e muito interativa com o público.

É impossível não ligar a atuação desta personagem à sua história pessoal para que possamos entender a música e a sua forma de estar como um todo indissociável e justificativo de tudo o que Gardot é como artista. Um episódio marcante precipitou-a para a dedicação máxima à música como forma de terapia e fez dela a senhora que é.

Podendo quase falar-se de um fénix, dado o ritual de renascimento a que se submeteu natural e instintivamente. Dona de uma voz de extrema elegância, calor e alguma luxúria no timbre, Melody faz justiça ao nome. A sua simpatia em palco e domínio dos instrumentos que toca asseguram-lhe o título que lhe é associado – jazz no feminino. Não só é pautada pelas suas influências reconhecidas de Gershwin ou Davis como também se reconhece algo de uma Erykah Badu, presente numa soul que Melody naturalmente transpira vocal e instrumentalmente.

O público expectava talvez mais temas do seu último trabalho embora a sua prestação tenha surgido linear, com um excelente suporte orquestral e sem grandes picos.

E há tanto a dizer sobre a história desta menina-mulher, cativante pela sua história, que mostra ao mundo como as cicatrizes podem ser não uma fraqueza mas o meio para o sucesso, um sucesso. Melody é a catarse personificada. Uma figura quase grega, de olhos cobertos pela sua fragilidade, que depressa é esquecida pela força da sua voz e a ligeireza com que se aproxima do público. Valia sem dúvida uma viagem até ao ambiente mágico destes jardins.

Data: 2015-07-29
Fotografia: Alexandre Paixão
Texto: Inês Batista

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