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BACKSTREET BOYS @ CAMPO PEQUENO [REPORTAGEM]

Backstreet Boys no Campo Pequeno (Lisbon)

Hoje vivemos um verdadeiro regresso ao passado e podemos afirmar, pelo que vimos no Campo Pequeno, que a música dos Backstreet Boys é como andar de bicicleta ... depois de se aprender nunca se esquece.

Se para muitos dos jovens de hoje os nomes AJHowieBrianNick e Kevin não dizem muito, se recuarmos 20 anos estes eram os nomes dos ídolos que preenchiam as paredes dos quartos das adolescentes com cartazes, e cuja discografia era ouvida vezes sem conta, com todos os movimentos das coreografias treinados ao pormenor.

Depois do aquecimento com os The Exchange que à capella nos presentearam com temas tão diversos como "I Feel Good" de James Brown ou "Waka Waka (This Time for Africa)" de Shakira passando ainda por temas originais do grupo, as 22h aproximavam-se e a ansiedade começava a aumentar. 

Aproveitavam-se estes últimos momentos antes do início do concerto, para tirar algumas fotografias e, para relembrar os temas que gostariam de ouvir nesta noite, e eis que começam a surgir do balcão cânticos, liderados por um grupo masculino, e que se assemelhavam a uma claque de um jogo de futebol. Rapidamente todo o Campo Pequeno chamava pelos Backstreet Boys e nem a tradicional onda faltou.

As luzes finalmente apagam-se e a histeria foi total, confesso que foi difícil ouvir as primeiras músicas, não porque houvesse algum problema técnico ao nível do som, mas simplesmente porque as vozes do público se sobrepunham aos microfones, afinal era uma batalha desleal: 5 contra um Campo Pequeno repleto de fãs.

"The Call" marcou o início desta viagem e ninguém faltou à chamada, nem mesmo os namorados ou maridos que talvez tenham ido ao concerto "apenas" como acompanhantes, mas que ao fim de pouco tempo também já estavam a cantar. As memórias eram avivadas em temas como "Incomplete", "As Long As You Love Me" ou "Show Me The Meaning" e os gritos aumentavam a cada refrão e a cada movimento de dança. 

Com um palco que de estendia por entre os público, por momentos os cinco ficavam literalmente numa ilha que os mantinha à superfície por entre  num mar de mãos, máquinas fotográficas e telemóveis. Nestes momentos faziam questão de se dirigir a cada uma das zonas da sala cativando todos por igual.

Para além dos clássicos esta tournée, dedicada a “Q” (John Elgani), serve também de apresentação do novo álbum e temas como "Show 'Em (What You're Made Of)", "Madeleine" ou "In a World like This", que dá nome ao disco, foram igualmente bem correspondidos pelo público, apesar de não serem tão conhecidos como as músicas mais antigas.

Dos temas novos regressamos agora ainda mais no tempo até ao álbum de estreia, homónimo, e a balada "I'll Never Break Your Heart", dedicada a todas as mulheres, levou o romantismo ao auge, logo seguida do ritmado "We've Got It Goin' On" que colocou todos a saltar.

Quase a chegar ao final, um momento acústico iniciado à capella levou cinco fãs até ao palco para cantarem com os seus ídolos entre outros temas "Ten Thousand Promises", a que se seguiram os emblemáticos "Shape Of My Heart", que encheu a plateia de corações feitos pelo público, e "I Want It That Way" que fez aparecer de todos os cantos da sala os inúmeros cartazes de "Obrigado". O derradeiro tema "Everybody (Backstreet's Back)" que pode ser eleito como a marca do regresso os Backstreet Boys foi um dos últimos a ser ouvido, cantado e dançado. 

Depois de 20 anos e de 130 milhões de discos vendidos os Backstreet Boys estão de volta, de Boys passaram a Men, mas nem por isso perderam o brilho da juventude que continua a transparecer nas suas músicas. Se há mães que acompanham as suas filhas aos concertos dos One Direction, hoje tivemos o inverso e, na plateia, muitos jovens puderam entrar numa cápsula do tempo e viver um pouco da juventude dos pais, experimentando a música de um grupo que definitivamente marcou uma geração.



Data: 2014-02-18
Fotografia: Pedro Figueiredo
Texto: Vânia Marecos