Avançar para o conteúdo principal

ENTREVISTA: DENGAZ - "O MEU OBJECTIVO NA MÚSICA NACIONAL É SER RECONHECIDO COMO UM ARTISTA NACIONAL MESMO SENDO RAPPER"


“O meu objectivo na música nacional é daqui a poucos anos ser reconhecido como um artista nacional mesmo sendo rapper.” (Dengaz)

As redes sociais têm nos últimos anos desvendado alguns sucessos na música portuguesa. Um dos últimos achados foi Dengaz. O rapper coleciona singles no Youtube com mais de um milhão de visualizações. E na altura, em que começa a sua tour por Portugal, o My Sound entrevistou Dengaz para conhecer um pouco mais sobre o passado, presente e futuro do rapper. 


My Sound: Como surgiu o hip hop na tua vida?

Dengaz: O Hip-Hop surgiu na minha vida de uma forma muito natural. O primeiro contacto foi com material de Dj. Estive ligado ao graffiti também, e aos 13/14 anos comecei realmente ligado ao Rap, e foi nessa altura que fiz as minhas primeiras músicas. Não foi nada muito pensado, era o que ouvia na altura e o rap foi o estilo de música que mais me fascinou.

MS: Sendo o hip hop um sem fim de géneros e influências quais foram as tuas influências na música que produzes?

D: Eu comecei por ouvir coisas como Guns n' Roses, r&b, soul, muito reggae e dancehall. Dentro do rap fui muito influenciado pelos grandes nomes da altura: 2Pac, Notorious B.I.G. e principalmente Bone Thugs N' Harmony.


MS: Nos anos 90, quando se produzia menos Hip Hop, o público conhecia muito melhor os rappers e o seu trabalho. Hoje em dia, achas que existe muita gente a trabalhar no underground? Será isso positivo para o hip hop nacional?

D: Existe cada vez mais gente a trabalhar no Hip Hop nacional, seja no underground ou numa área mais mainstream. Eu acho que isso é muito positivo porque estão a aparecer projetos com muita qualidade tanto numa como noutra vertente, e em ambas os projetos têm cada vez mais exposição e reconhecimento.

MS: Como defines o teu novo álbum, e que te traz mais à ribalta, o "Haya"?

D: É o meu melhor trabalho. É muito pessoal e sincero. É um álbum que representa uma fase da minha vida, onde misturei os estilos que me influenciam e gosto de ouvir. Rock, Reggae, Dancehall, Soul e Pop.


MS: Achas que as participações de artistas mais rodados (nas rádios), Dino D' Santiago, Catarina Deslandes ou mesmo Richie Campbell, poderão dar um relevo diferente ao teu trabalho?

D: Todas essas participações ou já faziam parte do meu primeiro álbum (Skill Respeito & Humildade), ou já tinham trabalhado comigo, como é o caso da Carolina Deslandes que fez parte da mesma banda de reggae que eu, os InnaStereo. Nessa altura ainda nenhum deles era rodado na rádio, por isso a escolha não passou por aí. Mas claro que o facto de eles fazerem um excelente trabalho isso têm consequências positivas nos nossos trabalhos em conjunto.


MS: Tal como Carolina Deslandes, tu foste uma das estrelas do último ano na web. Consideras esse o futuro da música, apostando cada vez mais numa desmaterialização dos sons produzidos pelos artistas?

D: Acho que a internet é cada vez mais importante para a divulgação dos artistas, até porque o nosso público é um público que procura e tem acesso às coisas que fazemos através da internet.
Em relação à desmaterialização dos sons não acho que deva acontecer por completo, acho que depende da fase em que cada artista se encontra, para mim, esta altura era de oferecer a minha música e não senti necessidade de a tornar num formato físico, mas no futuro isso pode vir a acontecer outra vez.


MS: Um dos teus maiores concertos em Portugal foi no Reggae Fest no Campo Pequeno onde fizeste a primeira parte de Alborosie e Richie Campbell, O que mudou dessa noite até agora?

D: Mudou a noção que tinha sobre o meu público, tive noção que muito mais pessoas do que eu imaginava queriam ver-me ao vivo, e queriam a minha música. Foi também uma noite que me fez acreditar nos meus sonhos ao ver o Richie a concretizar um dos dele!


MS: Iremos ver, no futuro, um Dengaz com uma tendência mais para o reggae ou para o rap?

D: Acho que vai haver sempre uma mistura equilibrada entre os dois. Talvez com umas músicas mais reggae, mas com a base sempre no Rap. Podem contar com as duas coisas sempre ;)


MS: Como sonhar ainda não tem preço, qual seria o teu maior objectivo na música nacional/internacional?

D: Neste momento tento desfrutar da concretização de alguns. O meu objectivo na música nacional é daqui a poucos anos ser reconhecido como um artista nacional mesmo sendo rapper. Internacional, passa por tocar fora de Portugal, e fazer algumas participações internacionais. Basicamente quero continuar a fazer o que gosto! 


MS: O que poderão esperar todos aqueles que depois de sábado (dia 8) forem assistir aos concertos da tua tour?

D: Podem contar sempre com uma grande festa, convidados, versões arranjadas para o live set, e momentos do concerto para cantarem connosco, saltarem, etc. Power!

Entrevista: Pedro Figueiredo

Concertos e Agendas em 2024